Este texto que o Gonçalo Sampaio da 'Centúria Leonina' descobriu, vem recuperar à minha memória algo que eu já tinha reflectido anteriormente. É o seguinte:
O SCP anda, realmente, desfasado no tempo...
Primeiro com os cinco violinos, cuja(s) equipa(s) dominava(m) a seu belo prazer em Portugal. Foram os anos dourados do SCP, mas só internamente porque aquelas grandes equipas antecederam a génese das Competições Europeias. Provavelmente, aquela geração de jogadores teria a capacidade de em épocas sucessivas lutar por conquistas internacionais. Seriam, sem dúvida, grandes candidatos a vencer competições internacionais... Se as houvesse. Isto porque creio o Sporting era, seguramente, uma das maiores potencias europeias à altura.
Décadas depois, quando a formação de talentos no Sporting estava a entrar na velocidade de cruzeiro, deu-se aquela bosta da 'lei Bosman' com as consequências por todos nós conhecidas: a globalização veio favorecer os clubes dos países mais ricos, que em vez de terem 3 ou 4 jogadores estrangeiros, têm 2 ou 3 planteis carregados deles. O SCP, que entretanto também se deixou enveredar por caminhos dúbios, também se deixou cair em tentações perigosas e viu-se inserido num contexto interno futebolístico cheio de alçapões, truques e armadilhas (leia-se fruta, chocolate, cafés, viagens, jogo de bastidores, tráfico de influências, etc, etc, etc…), foi perdendo capacidade desportiva por culpa própria e alheia e, consequentemente, foi-se arrastando para um estado financeiro lastimoso. Criava os talentos mas via-se obrigado a vender as pérolas ano, após ano, após ano…
Sem esta conjugação de factores, teríamos hoje em dia e sem sombra para qualquer dúvida, uma equipa fantástica, cheia de grandes valores que voltaria a dominar a seu belo prazer internamente e que, quiçá, daria cartas na Europa... Mas a verdade é que nunca o saberemos. O Destino, a História, a Modernidade, a evolução da Sociedade e do Desporto, enfim, o que lhe quiserem chamar, decorreu de forma completamente avessa e o nosso SCP vê-se, hoje em dia, sem os talentos que foi produzindo, sem títulos que nos encheriam a alma, empenhado até ao tutano e sem recursos financeiros para fazer face ao gigante passivo que possui...
Resumindo, esgadanha-se todo e vê-se em palpos de aranha para sobreviver... Ironias da vida de um clube… Será sina?
O SCP anda, realmente, desfasado no tempo...
Primeiro com os cinco violinos, cuja(s) equipa(s) dominava(m) a seu belo prazer em Portugal. Foram os anos dourados do SCP, mas só internamente porque aquelas grandes equipas antecederam a génese das Competições Europeias. Provavelmente, aquela geração de jogadores teria a capacidade de em épocas sucessivas lutar por conquistas internacionais. Seriam, sem dúvida, grandes candidatos a vencer competições internacionais... Se as houvesse. Isto porque creio o Sporting era, seguramente, uma das maiores potencias europeias à altura.
Décadas depois, quando a formação de talentos no Sporting estava a entrar na velocidade de cruzeiro, deu-se aquela bosta da 'lei Bosman' com as consequências por todos nós conhecidas: a globalização veio favorecer os clubes dos países mais ricos, que em vez de terem 3 ou 4 jogadores estrangeiros, têm 2 ou 3 planteis carregados deles. O SCP, que entretanto também se deixou enveredar por caminhos dúbios, também se deixou cair em tentações perigosas e viu-se inserido num contexto interno futebolístico cheio de alçapões, truques e armadilhas (leia-se fruta, chocolate, cafés, viagens, jogo de bastidores, tráfico de influências, etc, etc, etc…), foi perdendo capacidade desportiva por culpa própria e alheia e, consequentemente, foi-se arrastando para um estado financeiro lastimoso. Criava os talentos mas via-se obrigado a vender as pérolas ano, após ano, após ano…
Sem esta conjugação de factores, teríamos hoje em dia e sem sombra para qualquer dúvida, uma equipa fantástica, cheia de grandes valores que voltaria a dominar a seu belo prazer internamente e que, quiçá, daria cartas na Europa... Mas a verdade é que nunca o saberemos. O Destino, a História, a Modernidade, a evolução da Sociedade e do Desporto, enfim, o que lhe quiserem chamar, decorreu de forma completamente avessa e o nosso SCP vê-se, hoje em dia, sem os talentos que foi produzindo, sem títulos que nos encheriam a alma, empenhado até ao tutano e sem recursos financeiros para fazer face ao gigante passivo que possui...
Resumindo, esgadanha-se todo e vê-se em palpos de aranha para sobreviver... Ironias da vida de um clube… Será sina?
4 comentários:
Virgilio:
Estamos de facto a viver um Sportinguismo de roer ossos e côdeas de pão seco. Mas até os mais humildes conseguem, na necessidade, ser dignos, coisa que por vezes parece andar longe dos que representam o nosso clube.
Não podendo lutar contra a mudança do Mundo podemos e devemos não nos conformar com o que parece não ter remédio. Dá-me a sensação que os Sportinguistas parecem acreditar que ficar em 2º já é muito bom. É esse conformismo que nos mata aos poucos. Com oquem joga para empatar, arriscamo-nos sempre a perder.
SL
Olha amigo Virgílio,
O jogo está quase a começar e vejo aquele estádio transformado em deserto. Os poucos espectadores que lá vi pareceram-me vestidos de negro.
Nem quero acreditar que não vamos aproveitar a derrota dos benfas por desmoralização dos nossos jogadores.
Também não havia necessidade de nos auto-flagelarmos. Sermos críticos para com os verdadeiros culpados da situação que estamos a viver é compreensível. Reagirem contra dos jogadores parece-me abusivo e lesivo dos nossos próprios interesses.
Vamos torcer para que os Sportinguistas reflictam e incentivem os operários do futebol (só como profissionais, claro!).
Brilhante post amigo Virgílio. De facto, o Sporting foi convidado para disputar o primeiro jogo da taça dos campeões europeus com o Partizan de Belgrado, e que ocorreu no estádio nacional. Foi convidado porque nessa década de 50o Sporting impressionava a europa do futebol com os 5 violinos. peyroteo ainda hoje detem varios recordes, inclusive europeus. Só que a Taça dos campeões aparece no fim dos violinos e como sabemos não foi fácil ao Sporting substiuir os imortais violinos. Veio a década de 60 e ai foram os lamp a ter uma grande equipa, coincidindo de facto com a Taça dos campeões e numa altura em que as diferenças para as restantes equipas europeias não eram tão visiveis como hoje... Depois é o que nós sabemos. Na década de 70 e 60 tivemos o trio de ataque mais temivel do futebol português da época, com o manel, o Jordão e o Oliveira que faziam parte de uma grande equipa, mas em termos europeus apenas conseguimos ir a uma meia final da taça uefa. É caso para dizer que temos passado ao lado de uma grande carreira...
Onde se lê década de 70 e 60, deve ler-se década de 70 e 80, obviamente.
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