Num longínquo dia de 1995 sai sozinho de Castelo Branco no Expresso da Rodoviária Nacional. Destino: o “velhinho” Estádio José de Alvalade para assistir ao clássico Sporting vs FCPorto. Mas mais que a ingrata solidão da jornada (que já tinha experimentado e se repetiria variadas vezes), o que me marcou foram os acontecimentos que se lhe seguiriam… Já assisti a muitos derbys ou clássicos ao vivo, uns sob o signo da alegria, outros nem por isso. Mas este fatídico dia ficou-me cravado na memória e é dos que tenho ainda mais presentes… Infelizmente, pelas piores razões… Na verdade tudo parecia correr mal, desde uma caixa multibanco na Av.ª de Roma que me chupou literalmente uma nota de 5 mocas no preciso momento em que lhe deitava a unha, até à espera interminável para saciar a fome numa fila de um qualquer restaurante, num almoço que se revelou uma autêntica frustração. Mais tarde surgiria um termo mais condizente com a qualidade daquele “repasto”: trash-food! Ora, quando cheguei às imediações do Estádio, eu, que como certamente já sabem relaciono logo todos os sinais, já levava uma fezada para o jogo que não era propriamente das melhores. Até que, num repente, as sirenes a anunciarem a chegada do autocarro do F. C. Porto, a correria louca da malta da Juventude Leonina que estava já dentro do Estádio, a cedência do varandim, a precipitação de dezenas de pessoas que caíam amontoando-se, a chuva de garrafas e outros objectos arremessados por gente das nossas cores na direcção do autocarro do Porto, cujo ódio as cegava e que, apesar dos gritos de repulsa e bom senso da maioria, não cessavam de arremessar e de dificultar a acção do Dr. Domingos (o médico do F. C. do Porto). Finalmente aflição que se seguiu, a percepção da gravidade da situação e a consumação da tragédia com a perda irreparável de duas gargantas leoninas que se fecharam e nunca mais puderam gritar com júbilo e a plenos pulmões: SPOOOOOORTING!!! A tudo isso assisti ao vivo e em directo, confundido com as doses de incredulidade sobre o que se passara à minha volta naquele vislumbre de "Twilight Zone"… Claro que ao entrar no Estádio o espírito, a mágoa, a angustia não podiam ser piores, consumando-se num jogo e resultado inglórios, contudo, coerentes com o clima previamente instalado… O golo do outro Domingos (o carrasco do F. C. do Porto) no único remate à nossa baliza, a falha do Emílio Peixe, o regresso solitário e pesaroso de comboio. Nem a boca do lampião na hora de comprar o ingresso na bilheteira da estação de Santa Apolónia faltou. Sem ânimo, deixei que se safasse sem um murro na corneta.
Ontem, ao invés, tudo correu de forma oposta. Para já, a única coincidência foi que, ao contrário do que vem sucedendo há largos anos, também saí de autocarro, mas desta vez, acompanhado de mais três dezenas de indomáveis leões... Como previra num comentário a antecipar o encontro na sequência deste post do Bulhão Pato no MÃOS AO AR, os Deuses do Olimpo, de Roma e das anciãs civilizações Maia, Azteca e Hindu (só faltou a Inca) estiveram mesmo do nosso lado, sendo que a caixa de Pandora pareceu abrir-se mesmo durante aquela 2.ª parte do jogo de ontem. Porém, desta vez, seguiu noutra direcção...
Quanto ao jogo em si, num Ambiente fantástico: um enorme Bruno Pereirinha, um Valente Izmailov! Realce ainda para a segurança do miúdo, dono da nossa baliza, Rui Patrício, a genica de Vukcevic e a qualidade indisfarçável de Liedson! Ao vivo nota-se ainda mais a diferença para os colegas de oficio…
Claro que a viagem de regresso foi tudo menos pesarosa, muito menos solitária e apesar de tardia, a hora de chegada proporcionou-me desta feita, sensações que espero prolongar e me permitam finalmente mitigar aqueles jogos de derrotas injustas na década de 90 e mais concretamente aquele fatídico dia de 1995…
Ah, só mais uma coisinha: agradecido, seu Helton! Muchas gracias Lucho.
Ontem, ao invés, tudo correu de forma oposta. Para já, a única coincidência foi que, ao contrário do que vem sucedendo há largos anos, também saí de autocarro, mas desta vez, acompanhado de mais três dezenas de indomáveis leões... Como previra num comentário a antecipar o encontro na sequência deste post do Bulhão Pato no MÃOS AO AR, os Deuses do Olimpo, de Roma e das anciãs civilizações Maia, Azteca e Hindu (só faltou a Inca) estiveram mesmo do nosso lado, sendo que a caixa de Pandora pareceu abrir-se mesmo durante aquela 2.ª parte do jogo de ontem. Porém, desta vez, seguiu noutra direcção...
Quanto ao jogo em si, num Ambiente fantástico: um enorme Bruno Pereirinha, um Valente Izmailov! Realce ainda para a segurança do miúdo, dono da nossa baliza, Rui Patrício, a genica de Vukcevic e a qualidade indisfarçável de Liedson! Ao vivo nota-se ainda mais a diferença para os colegas de oficio…
Claro que a viagem de regresso foi tudo menos pesarosa, muito menos solitária e apesar de tardia, a hora de chegada proporcionou-me desta feita, sensações que espero prolongar e me permitam finalmente mitigar aqueles jogos de derrotas injustas na década de 90 e mais concretamente aquele fatídico dia de 1995…
Ah, só mais uma coisinha: agradecido, seu Helton! Muchas gracias Lucho.
3 comentários:
Mais palavras para quê amigo, somos do Sporting..., ama-mos o Sporting..., e vivemos pelo e para o Sporting... Nada mais, o texto do amigo está brilhante, e embora não tenha estado em Alvalade nem ontem nem em 95..., o amigo falou de tal forma que por momentos me senti lá...
Quanto ao jogo, foi fantástico, e os jornalistas "lixados" pelo resultado que se "lixem"... Peço desculpa pelas palavras, mas já estou cheio de ver a imprensa arremessar sobre nós, até ontem que demos um banho de eficácia aquela que apelidam de "grande equipa"
Sporting é e sempre será a nossa paixão e razão de viver..
Grande abraço amigo
Mais uma valente azia pro Jesualdo...
Só faltou um agradecimento: ao Mustang que decidiu não aparecer e pelas palavras carinhosas ao Jesualdo a caminho do banco...
Saudações
k nostalgico andas brother qq dia escrevo tb um texto das minha idas a lisboa ver o SCP!!! uma aventura!! 11 anos a caminho de lisboa heheheeh!! abraços Bro
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