"CQ - Perdedor nato?"
NOTA: Independentemente do que acontecer, não esqueço o papel que teve enquanto organizador e dinamizador do futebol jovem, facto que proporcionou outra dimensão ao nosso futebol. Nesse aspecto deveríamos estar todos gratos.
Aguardei que assentasse a poeira em torno da selecção, para me pronunciar sobre o seu novo treinador. Acerca do jogo de quarta-feira não há muito mais a acrescentar. Resumindo, faltou eficácia e sorte e sobrou estética. Julgo ser esta uma análise mais ou menos unanime.
Nada, mas mesmo nada consensual, parece ser a figura deste seleccionador nacional. Nomeadamente entre sportinguistas! Se é certo que não era tarefa fácil, para quem quer que fosse, substituir Scolari, dados os resultados e empatia que este conseguiu estabelecer com o ‘povão’, não deixa de constituir para mim surpresa o nível de contestação atingido à primeira escorregadela da selecção Nacional… Ainda mais considerando as circunstancias (atenuantes) desta derrota.
Quando do anuncio de Madail do novo seleccionador do ‘Clube Portugal’ pós Felipão, acreditei que a transição se processasse mais ou menos pacificamente, uma vez que Queiróz era um dos nomes preferidos…
Que fique claro, não nutro especial simpatia pelo seleccionador nacional, não lhe reconheço carisma comparável ao seu antecessor, mas também não partilho da antipatia exacerbada que se manifesta por estes dias! Sei que a polémica com Filipe Soares Franco é recente e que impôs uma carga alérgica elevada entre adeptos leoninos, mas se analisarmos friamente o episódio, depressa se conclui que quem iniciou escusadamente essa frente de batalha não foi Queiróz. Respondeu de forma deselegante, é certo, mas a ofensiva que sofreu foi completamente despropositada. Um episódio em que rigorosamente ninguém saiu a ganhar…
Outro argumento apresentado diz respeito à sua falta de capacidade técnica, coisa em que eu não acredito. Ninguém com falta de conhecimentos ou empenho representava um clube de topo como o Manchester United, mesmo enquanto adjunto. E muito menos durante o período em que ele exerceu tal cargo. Não creio, também, que esteja a agir de má fé perante o SCP, até porque em ultima instância, o principal lesado em não recorrer às melhores soluções disponíveis será sempre ele enquanto responsável máximo pelos resultados que a equipe nacional venha a atingir.
O que falta então a Carlos Queiróz? Primeiro humildade, defeito que aquele ar e discurso intelectual acentua. Depois algum jogo de cintura e leitura de jogo. Finalmente, de resultados enquanto treinador principal nas camadas seniores. E isto é incontornável. Queirós já desperdiçou várias oportunidades e é aqui que reside o cerne da questão: o actual desafio que Queirós tem entre mãos não lhe deixa margem para falhar. Ou abandona a aura de pé frio que não o larga e arrepia caminho ou estará definitivamente condenado à etiqueta de natural born loser!
Nada, mas mesmo nada consensual, parece ser a figura deste seleccionador nacional. Nomeadamente entre sportinguistas! Se é certo que não era tarefa fácil, para quem quer que fosse, substituir Scolari, dados os resultados e empatia que este conseguiu estabelecer com o ‘povão’, não deixa de constituir para mim surpresa o nível de contestação atingido à primeira escorregadela da selecção Nacional… Ainda mais considerando as circunstancias (atenuantes) desta derrota.
Quando do anuncio de Madail do novo seleccionador do ‘Clube Portugal’ pós Felipão, acreditei que a transição se processasse mais ou menos pacificamente, uma vez que Queiróz era um dos nomes preferidos…
Que fique claro, não nutro especial simpatia pelo seleccionador nacional, não lhe reconheço carisma comparável ao seu antecessor, mas também não partilho da antipatia exacerbada que se manifesta por estes dias! Sei que a polémica com Filipe Soares Franco é recente e que impôs uma carga alérgica elevada entre adeptos leoninos, mas se analisarmos friamente o episódio, depressa se conclui que quem iniciou escusadamente essa frente de batalha não foi Queiróz. Respondeu de forma deselegante, é certo, mas a ofensiva que sofreu foi completamente despropositada. Um episódio em que rigorosamente ninguém saiu a ganhar…
Outro argumento apresentado diz respeito à sua falta de capacidade técnica, coisa em que eu não acredito. Ninguém com falta de conhecimentos ou empenho representava um clube de topo como o Manchester United, mesmo enquanto adjunto. E muito menos durante o período em que ele exerceu tal cargo. Não creio, também, que esteja a agir de má fé perante o SCP, até porque em ultima instância, o principal lesado em não recorrer às melhores soluções disponíveis será sempre ele enquanto responsável máximo pelos resultados que a equipe nacional venha a atingir.
O que falta então a Carlos Queiróz? Primeiro humildade, defeito que aquele ar e discurso intelectual acentua. Depois algum jogo de cintura e leitura de jogo. Finalmente, de resultados enquanto treinador principal nas camadas seniores. E isto é incontornável. Queirós já desperdiçou várias oportunidades e é aqui que reside o cerne da questão: o actual desafio que Queirós tem entre mãos não lhe deixa margem para falhar. Ou abandona a aura de pé frio que não o larga e arrepia caminho ou estará definitivamente condenado à etiqueta de natural born loser!
NOTA: Independentemente do que acontecer, não esqueço o papel que teve enquanto organizador e dinamizador do futebol jovem, facto que proporcionou outra dimensão ao nosso futebol. Nesse aspecto deveríamos estar todos gratos.
5 comentários:
Ora viva caro Virgilio,
Eu confesso que não gosto nada mesmo do Queirós, não só pela enorme falta de ética perante o Sporting, mas também por outros motivos, um dos quais você refere muito bem..., a falta de humildade!!! a humildade fica bem a toda a gente, mas a um treinador que enquanto sénior nada de grande relevo conquistou, a não ser a taça de Portugal num ano em que tínhamos uma verdadeira maquina de jogar futebol..., assenta melhor ainda.
Além do mais, a forma dramática e sem qualquer tipo de consideração com que "varreu" Ricardo da selecção foi simplesmente incrível!!! Em causa não está a saída do Ricardo, já se exigia há muito, mas antes a forma como tal foi feito... Queirós foi indelicado, podia simplesmente ter retirado o Ricardo de forma gradual, convocava-o e punha-o no banco, e depois sim, deixava de o convocar em definitivo... Deste modo "matou" um atleta que todos estavam desejosos de enterrar vivo!!!
E depois, ainda se armou ao convocar verdadeiras nódoas, armando-se "olho clínico" e homem revolucionário, ao convocar jogadores como o Carlos Martins!!!
Posto isto, nada mais quero dizer, sob pena de escrever o texto de não sei quantas paginas só com criticas ao professor...
Grande abraço caro amigo
Amigo Virgílio,
Concordo consigo em quase toda a análise que faz do novo Seleccionador.
Acho, no entanto, que estão a condenar o homem com uma insensibilidade que me parece altamente condenável.
Cada ser é uma personalidade individual com uma marca muito própria. Sabendo que o homem é signo de Peixes, sei por experiência doméstica, que o modo de se apresentar vai ser sempre arrogante. Mas nada disso é verdadeiro. Apenas um modo de se defender da sua timidez nata.
O resto são contingências da vida que acontece a qualquer dos mortais. Temos que lhe desejar sorte se quisermos que Portugal seja uma equipa vencedora.
As críticas são prematuras.
É a minha opinião.
Concordo totalmente com o seu artigo.
Confesso que não era das pessoas que apoiavam a escolha de Queiroz para seleccionador, porque sempre o achei arrogante, além de que toda aquele "caso" com o Sporting também não contribuiu muito. Porém, a imagem não é tudo e reconheço-lhe capacidades porque ninguém chega a adjunto de Ferguson se não tiver qualidade. Queiroz já percorreu meio mundo e terá de certeza uma grande bagagem táctica.
Mas como qualquer novo treinador num cargo, CQ tornou-se um alvo de críticas, umas positivas outras nem por isso. A derrota com a Dinamarca veio trazer mais um conjunto de críticas.
Ainda é cedo para julgá-lo porque tem ainda pouco tempo no cargo. Mas será muito dificil e demorará muito tempo até que a imagem de Scolari seja descolada da selecção nacional. Queiroz terá de se habituar a conviver com as comparações, pelo menos até atingir resultados mais vistosos.
Saudações leoninas
Helas! Está tudo dito! só acrescentaria uma coisinha: Queiroz sentiu sempre alguma inveja, bem portuguesa, do sucesso de Scolari! O que explica algumas afirmações infelizes logo que tomou conta da selecção! Ninguém lhe pede que inicie uma nova era! Apenas que melhore o que estava bem, mas pode ser ainda melhor!
E já agora, convém que tenha uma estrutura base! isto de convocar os que estão em melhor forma é uma treta, porque não se podem andar a construir equipas novas em cada jogo!
Eu também acredito na capacidade de Queiroz, mas acho que ele deve por os pés na terra rapidamente, sob risco de começar a ficar numa situação de desespero! Neste momento estamos absolutamente proibidos de perder na Suécia! Porque aí, as coisas começavam a ficar realmente feias! Mas também não acho que tenhamos necessariamente de ganhar! Temos de jogar para ganhar, mas sem uma pressão excessiva!
Caro Virgilio
Parece que partilhamos da mesma opinião na generalidade da questão.
Realmente Queiroz é uma pessoa para quem a palavra humildade pouco significado tem, sendo que até ao momento o seu grande feito foi nas camadas jovens nacionais, embora a qualidade da equipa também ajudasse, mas tem esse mérito.
Depois falhou como Seleccionador Principal, falhou no Sporting com uma super equipa, falhou na África do Sul, falhou no Real Galáctico.
Queiroz não pode ter o discurso arrogante que apresenta baseado nas conquistas do MU onde era adjunto.
Na minha opinião Queiroz falha em 2aspectos fundamentais, na liderança e na leitura de jogo, e o jogo com a Dinamarca foi exemplo disso, a equipa não tem um lider, uma referência e depois as alterações feitas foram desastrosas.
Só espero que a Selecção não pague tudo isto com a ausência no Mundial e depois tenhamos de limpar a "porcaria" que alguém fez...
Abraço
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