F. C. P. - 1 ; S.C.P. - 0 E pronto, a “nuance” acabou por surgir num lance mal analisado por Pedro Proença. Nesse lance, Polga corta a bola, tendo esta seguido na direcção de Stojkovic e este interpretado bem ao decidir agarrar o esférico com as mãos. A Lei proíbe atrasos intencionais ao guarda-redes, ora quem seguia com a bola era Postiga tendo Polga desarmado o avançado do F. C. Porto. Se nem sequer houve atraso, e sim um corte, reitero, não concebo a decisão arbitral. Ou melhor até percebo, faltou a tal “coragem” que ambos os técnicos pediram ao Sr. Pedro Proença, que perante o burburinho de publico e pressão de jogadores (do F. C. do Porto) resolveu, mal, aceder ao “pedido”. De qualquer forma, notou-se na decisão que tomou, que Stojkovic, ainda não sabe em que Liga veio parar. É verdade que estes lances podem gerar sempre reacções da equipa que ataca com a intenção de ganhar um livre indirecto dentro da área. Lances que acarretam sempre muito perigo e uma excelente oportunidade de marcar. Por isso mesmo, o guarda-redes do Sporting foi ingénuo, poderia e deveria (como de resto admitiu Paulo Bento no final do encontro) ter despachado a bola com os pés, até porque teve muito tempo para isso. Estes são lances que se devem evitar, e não deixar ao critério da subjectividade de outrem, no caso, de um árbitro que ainda por cima já tinha dado mostras de protecção ao adversário, nomeadamente através do perdão de expulsões a entradas violentas de Quaresma sobre Miguel Veloso e de Pedro Emanuel sobre Derlei. Mais ainda, quando o adversário se chama F.C. do Porto e o jogo a decorrer no Dragão se apresentava cada vez mais complicado para a equipa da casa, dado o bom início de 2.ª parte do Sporting. A lição, cruel, terá sido aprendida com toda a certeza. Quanto ao jogo em si, esperava mais do Sporting na primeira parte. Lá está, defensivamente a cumprir, raramente consegui sair com a bola jogável para o ataque, onde produziu muito pouco. A primeira meia hora foi nesse ponto de vista muito pobre e acabamos por ter sorte no lance de maior perigo: livre directo de Quaresma à Barra. Stojkovic pareceu-me mal colocado, um pouco adiantado viu a bola ir na sua direcção, mas mesmo assim deixou-a passar por cima. Depois disso, e apesar do domínio, a verdade é que também o Porto não criou muitos lances de arrepiar e foi um remate de longe de João Moutinho, já perto do intervalo, que criou maior “frissom”. Resta relembrar as punições disciplinares que Proença ou ajuizou mal (vermelho em vez do amarelo mostrado a Quaresma) ou que pura e simplesmente ignorou (entradas de Bosingwa a João Moutinho e de Pedro Emanuel a Derlei)… A segunda parte, começou com uma atitude renovada, mais “mandona” e muito promissora do Sporting, a rematar com mais frequência e criando algumas oportunidades eminentes de golo. Até que, surge a jogada que fez o resultado…Depois do único golo da partida, só deu Sporting. O F. C. do Porto resguardou-se e o Sporting, numas fases melhor noutras nem tanto, nunca deixou de lutar e tentar alcançar pelo menos o empate, que seria, em meu entender e face ao produzido por F. C. Porto na 1.ª parte e Sporting na 2.ª, o resultado mais justo. O rasgo mais flagrante foi protagonizado por Derlei que isolado permitiu a defesa de Helton, desviando este suficientemente a bola a não permitir uma recarga efectiva de Yannick. Quanto ao árbitro, Pedro Proença esteve infeliz. Teve um desempenho muito negativo, cuja acção teve influência directa na construção do resultado final. Só isso já seria grave, mas em caso de dúvida decidiu sempre a favor dos azuis, nomeadamente no capítulo disciplinar durante a primeira parte do encontro, onde a condescendência às entradas violentas dos jogadores da casa foi por demais evidente. E foi assim, de forma enviesada e falsa, que terminou a sequência de 26 jogos oficiais consecutivos do Sporting sem perder e de 23 jogos invicto fora de portas… Individualmente no Sporting não sobressaiu de forma evidente qualquer jogador, mas mesmo assim gostei essencialmente da garra que Moutinho sempre demonstrou e da entrada de Simon Vukcevic, que veio trazer outra dinâmica na frente de ataque do Sporting. Stojkovic – Pareceu acusar alguma inquietação durante todo o jogo. Na primeira parte, deu nas vistas ao imitar Ricardo numa saída em falso a um cruzamento ao segundo poste e estava mal colocado no livre que embateu na barra. No segundo tempo teve pouco trabalho e poderia ter resolvido a contento - e evitado o livre indirecto dentro da área que resultou no golo -, afastando a bola para longe com os pés. Abel – Perdeu e ganhou lances a Quaresma. Tendo mesmo anulado o virtuoso extremo na 2.ª parte. Curiosamente sentiu mais dificuldade com Tarik na primeira. Cumpriu. Saiu para a entrada de Pereirinha no “tudo ou nada” do Sporting. Tonel – Bem na marcação a Lisandro e depois a Postiga, secou os avançados portistas, tendo ganho a maior parte dos lances aos seus adversários directos. Polga – Esteve bem, apesar de menos exuberante que o habitual. Tentou sair algumas vezes para o ataque com a bola controlada. Também não hesitou em enviar “charutadas” quando era caso disso. Seguro. Ronny – Apesar das dúvidas, a verdade é que Ronny não tem comprometido. Parece ganhar confiança e a melhorar o seu posicionamento defensivo a cada jogo que passa. Ontem efectuou alguns cortes com uma limpeza extraordinária quando lhe surgiram adversários pela frente com a bola dominada. Ofensivamente foi pouco participativo. Saiu na segunda parte já quando o Sporting perdia. Miguel Veloso - Uma primeira parte apagada. Melhorou na segunda, onde esteve bem a recuperar e a lançar rapidamente a bola para os seus companheiros mais adiantados. Voltou a acertar quando arriscou nos passes longos. Izmailov – Mais uma vez, mostrou uma boa entreajuda nas tarefas defensivas, mas mais uma vez também, não conseguiu ser influente na manobra ofensiva da equipa. Saiu, para dar lugar a Vukcevic. João Moutinho – A garra de sempre. Foi um autêntico mártir tal a porrada com que o brindaram. Melhorou quando se deslocou para o lado direito após a saída de Izmailov, onde, definitivamente rende muito mais. Tentou o remate de longe e a verdade é que não teve muito longe de a acertar na baliza, principalmente num remate já na 2.ª parte que depois de tocar ligeiramente num defesa portista, saiu rente ao poste direito de Helton. Romagnoli – Apareceu a espaços. Muito intermitente, foi no entanto dele uma das melhores jogadas do primeiro tempo, quando fugiu a Bosingwa e fez um cruzamento rasteiro muito perigoso que a "zaga" portista afastou para canto. Na segunda parte viu-se mais e teve algumas acções de classe que se revelaram no entanto infrutíferas. Derlei - Lutou e correu, como é seu timbre. Mas participações efectivas só na segunda parte. Desperdiçou excelente ocasião quando, isolado na direita do ataque e já dentro da grande área, permitiu a defesa de Helton. Liedson – A “carraça” de sempre. No entanto teve pouco inspirado, também pelo facto de não ter sido bem servido pelos colegas. Um remate frouxo de cabeça para defesa fácil e algumas boas combinações em iniciativas ofensivas. Mesmo assim pouco para um jogador como o nosso “levezinho”. Continua sem marcar a Helton… Vukcevic – Entrou muito bem. Revolucionou o lado esquerdo do ataque leonino. Beneficiou por ter entrado na fase mais ofensiva do Sporting, sendo dos que mais contribuíram para que isso acontecesse através de boas iniciativas e centro tensos e bem executados. Bastante mais produtivo que o seu substituto: izmailov. Pereirinha – Participativo. Desta vez pareceu menos desinibido. Talvez a necessidade de empatar lhe tenha aguçado o engenho. Yannick – A vontade e a falta de objectividade do costume. Tentou dominar um bom centro, tenso, de Vukcevic, e deixou escapar a bola quando se impunha um remate de primeira.
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